Trabalho que promove a valorização da memória local foi considerado uma das três melhores experiências educativas de 2022 pela Fundação Carlos Chagas
A professora do curso de História da Universidade Estadual de Roraima (UERR), Giseli Deprá, receberá o Prêmio Professor Rubens Murillo Marques, da Fundação Carlos Chagas (FCC), pelo projeto intitulado “História e memória: o Museu Integrado de Roraima (MIRR) como espaço de ensino e aprendizagem”. A docente da UERR concorreu com pesquisadores de todo o país que desenvolvem experiências educativas inovadoras em cursos de licenciatura.
A FCC é uma instituição sem fins lucrativos que além de atuar na realização de processos seletivos, apoia ações de pesquisa e educação. Nesta 13ª edição da premiação, além da professora da UERR, duas outras pesquisadoras tiveram seus trabalhos selecionados: Eva Francisco (São Paulo) e Keila Mendes (Bahia). As três serão agraciadas com R$ 30 mil, diploma e troféu (a réplica de uma escultura da artista plástica Vera Lucia Richter).
Elas também terão seus trabalhos publicados na Série Textos FCC. “É uma satisfação e alegria estar entre os três projetos vencedores. Poder representar o extremo norte do Brasil e compartilhar essa iniciativa do curso de História da UERR é muito importante e motivador para nossa instituição, para o colegiado do curso, alunos, e é claro, para mim”, comemora Giseli, que apresentou a proposta no retorno das aulas presenciais no período pós-pandemia da covid-19.
“Naquele momento, as expectativas, especialmente sob as disciplinas de prática profissional, eram muito grandes. Os alunos queriam estudar fora da sala, vivenciar o campo do historiador, viver novas experiências que haviam sido cerceadas pelo tempo de pandemia durante as aulas remotas’, pontua. “Escolhemos o MIRR porque é o único museu de Roraima, e um dos poucos espaços não formais do estado que possibilitam aulas práticas”, explica a professora da UERR.
O MIRR foi inaugurado em 1985 e fechado em 2011. Giseli destaca que para os alunos foi a possibilidade de conhecer um museu, e pela primeira vez, ter contato com acervos e visualizar, especialmente, elementos da cultura etnográfica local, até então discutidas e estudadas apenas em sala de aula. “O diálogo com a equipe do museu evidenciou que ao mesmo tempo que o acervo museológico necessitava de tratamento, em função de uma década fechado para o público, o curso de História carecia de novos espaços para ampliar as atividades curriculares”, destaca.
Para o coordenador do curso de História, Prof. Dr. André Fonseca, o prêmio reconhece e valoriza os projetos e o quadro docente da UERR. “Além do Museu, temos convênios de cooperação técnica com diversas instituições, como o Centro de Memória do Poder Judiciário Estadual, a Secretaria Estadual de Cultura e o Centro de Documentação Indígena da Missão Consolata. Essas parcerias possibilitam que nossos alunos possam atuar nesses locais”, salienta. A cerimônia de premiação da FCC será realizada de forma remota no dia 24 de novembro de 2023.