Pesquisa aponta importância da redução do consumo de alimentos ultraprocessados pelos idosos
O artigo “Associação entre insuficiência cardíaca (IC) e consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) em idosos: um estudo transversal”, do Prof. Dr. da Universidade Estadual de Roraima (UERR), André Pinto, do curso de Educação Física, foi publicado pela prestigiada Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia.
O material é fruto de uma pesquisa realizada com 1.322 idosos (15,4% tinham IC) de todo o estado de Roraima, com o apoio da Secretaria Estadual de Saúde (SESAU). Os resultados do estudo mostraram que mais de 70% dos idosos consumiam AUP. “Algo realmente preocupante considerando os malefícios que esse tipo de produto causa à saúde”, destaca André.
Além disso, foram identificadas associações significativas entre o consumo de diferentes tipos de AUP e a prevalência de IC. Como exemplos, a ingestão de hambúrgueres e/ou salsichas que podem aumentar em duas vezes a probabilidade de IC. Biscoitos, doces e guloseimas podem elevar em mais de duas vezes essa probabilidade.
O docente da UERR explica por que o estudo é relevante. “A insuficiência cardíaca (IC) é uma condição em que o coração não consegue bombear sangue suficiente para o corpo, o que pode causar sintomas como falta de ar, cansaço e inchaço. É uma condição que pode aumentar o risco de complicações graves e até mesmo de morte, especialmente se não for tratada adequadamente”, alerta.
O artigo sugere que a redução do consumo de AUP e a maior ingestão de alimentos não processados podem desempenhar papel fundamental na prevenção da IC entre os idosos. “Independentemente dos fatores de risco cardiovascular pré-existentes (diabetes, hipertensão, colesterol alto, obesidade e tabagismo) os idosos que consumiam AUP tiveram mais chances de terem a doença”, aponta André.
O trabalho de coleta e análise das informações foi realizado em parceria com pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e da Universidade Federal de Viçosa (UFV). O material publicado pelo periódico nacional é subproduto de uma pesquisa maior também sob coordenação do professor André Pinto intitulada “Fatores de Risco Cardiovasculares e Sequelas Associadas à Infecção pelo SARS-COV-2 em Idosos do Estado de Roraima”.
“Os profissionais de saúde que trabalham com idosos, como nutricionistas, enfermeiros, médicos e profissionais de educação física, podem ajudar a conscientizar sobre os riscos associados a esses produtos. Formuladores de políticas públicas e profissionais de saúde devem implementar orientações direcionadas que ajudem a melhorar a saúde cardiovascular dessa população”, finaliza André.