A UERR manifesta profundo pesar pela morte do professor Devair Fiorotti, ocorrida ontem (19), em decorrência de complicações de uma cirurgia realizada no mês de fevereiro. Atualmente era professor da Universidade Federal de Roraima, mas durante anos nos honrou com seus valiosos serviços, dedicação e amor ao ensino na Graduação e na Pós-Graduação. Devair deixa mulher, quatro filhos e uma legião de admiradores.
“Nem sei porque você se foi, quantas saudades eu senti, e de tristezas vou viver, e aquele adeus, não pude dar” (Tim Maia). Intempestiva sua partida, sem nos dar a chance de um último olhar. Não o nosso, o seu olhar. Sereno, confiante, comunicativo. Nos conhecemos no dia em que você chegou em Roraima, na UERR. Você, cheio de energias e desafios. Eu, cansado e desanimado, até que o seu peixe a capixaba, caprichosamente preparado, me contagiou, junto com o violão, o chapéu e as poesias. Ah! as poesias. Elas unia as nossas famílias, nossos filhos, nossas vidas. Continue sendo a pessoa feliz, sensata, amiga e, eternamente, humana.
Até mais,Devair Fiorotti.
Seu eterno irmão, Manoel Leocádio de Menezes.
Canoa fúnebre
A Devair Fiorotti
Uma canoa vai solitária sem remos,
levada pela correnteza do rio Branco,
partiu na noite do dezenove de março;
ela leva o corpo morto de um grande mestre,
cujo coração era tão grande que não cabia em seu peito.
!Devair Fiorotti! murmura o rio,
!Devair Fiorotti! cantam os pássaros;
enquanto os peixes com escamas de prata
acompanham em procissão fúnebre
a canoa mortuária da sua última viagem.
Quão desolado se sente este paragem Roraimence,
já ninguém transcreverá o Panton Pia dos Macuxí desmemoriados;
nem o sol da Amazônia coberto de nuvens
quer ver seu rosto com os olhos fechados.
!Devair Fiorotti! murmura o rio,
!Devair Fiorotti! cantam os pássaros;
enquanto a corrente do branco rio leva
ao mar imperturbável da eternidade,
sua canoa fúnebre cheia de lembranças e presságios.