Representantes da Universidade Estadual de Roraima e da Uneg (Universidad Nacional Experimental de Guayana) estiveram reunidos em Pacaraima durante o fim de semana discutindo um acordo de cooperação técnica com o governo do Estado Bolívar (VE). O secretário extraordinário de Assuntos Fronteiriços Sérgio Pillon também acompanhou a reunião. O reitor da UERR, Nonato Vilarins, disse que a instituição quer oferecer vagas aos estudantes e professores venezuelanos, tendo como contra-partida a mesma abertura do Governo Venezuelano. “Pretendemos fazer uma parceria de conhecimento, aproveitando nossos interesses comuns não só na educação como também na economia e no turismo” disse Vilarins. Luis Aléxis Velasquez , vice-reitor da Uneg, mostrou-se favorável ao acordo e acrescentou que a cooperação técnica pode ir além das possíveis vagas ofertadas a brasileiros pela Uneg. O vice-reitor falou da oferta de vagas em universidades de Puerto Ordaz e Upata (ambas no Estado Bolívar) nas áreas de informática, engenharia, turismo e de produção animal e florestal. ”Devido à distância, esses alunos poderiam receber alimentação e alojamento”, destacou Velásquez. “Com a entrada da Venezuela no Mercosul, é importante para a região sul da Venezuela e para o norte do Brasil, em especial Roraima, investir na capacitação da mão-de-obra local. Os profissionais locais têm conhecimento da realidade regional e podem contribuir muito para o desenvolvimento de suas regiões”, afirmou o secretário estadual Sérgio Pillon. Para a secretária de Educação do Estado Bolívar, Briceida Quiñones, a cooperação entre a UERR e as instituições venezuelanas deve incluir também atividades culturais e desportivas. Um ponto foi comum em todo o debate: a diferença entre os idiomas pode comprometer a eficiência do acordo, dificultando que os estudantes assimilem por completo os conteúdos repassados, aumentando assim as desistências. Diante disso, tanto os estudantes brasileiros quanto os venezuelanos vão passar por um curso de nivelamento idiomático durante três meses. O curso de idiomas seria um dos pré-requisitos para o ingresso dos universitários. Este mesmo treinamento idiomático seria aplicado aos professores interessados no intercâmbio de mestrado e doutorado. Na reunião ficou acertado que as propostas apresentadas serão analisadas nos próximos 30 dias pelos representantes dos dois países. “É o tempo necessário para que todos possam avaliar os prós e os contras do acordo e assim chegar a uma redação final do termo de cooperação”, disse Reinaldo Aguilera, articulador de Projetos das Universidades Venezuelanas. Um nova reunião foi marcada para o dia 11 de junho, em Puerto Ordaz na Venezuela. Pacaraima – O campus da UERR no município de Pacaraima possui quatro cursos: Comércio Exterior, Ciências da Computação, Letras e Turismo. Dos 160 alunos, 80 são venezuelanos. No núcleo da comunidade de Surumu, onde oferta o curso de Pedagogia, estudam 40 alunos, dos quais 35 são índios macuxi.