Consciente da importância de seu papel no desenvolvimento do Estado, a Universidade Estadual de Roraima foi criada estendendo suas ações no interior numa tentativa de democratizar o acesso ao ensino superior a milhares de pessoas que estavam excluídas do ambiente universitário em decorrência das distâncias e das dificuldades de trânsito entre os diversos municípios da capital. “A implementação de sua estrutura é, acima de tudo, um exercício extremamente desafiador para a UERR, que fixou profissionais especializados no interior do Estado”, comenta o reitor da UERR, professor Nonato Vilarins. Esse modelo tem sua importância reconhecida – a interiorização – e os resultados já podem ser notados no dia-dia de cada campus. Em Caracaraí, onde a UERR mantém os cursos de Turismo, Ciências Contábeis, Ciências da Computação, Matemática e Pedagogia, com vistas a implantar o de Direito no segundo semestre desse ano, o impacto foi amplo. A funcionária pública Maria Lúcia Souza Soares, 54, voltou a sentar em uma sala de aula depois de 36 anos. Para ela, aprovada no curso de Turismo, a oportunidade surgiu como exemplo. “Voltei a estudar para incentivar meu filho que parou os estudos” conta. Na turma a média de idade está na casa dos 20 anos, mas nem por isso Lúcia sente alguma diferença. “Não se tem idade para aprender”, relata a acadêmica mais idosa do curso. Por se tratar de uma única universidade, embora estruturada em vários espaços – na capital e em 14 localidades pólos, não se pode estabelecer ordem de importância para qualquer dos campi. Luciana de Souza Vitório, de 27 anos, teve sua história de vida modificada pela implantação da UERR em Caracaraí. Funcionária pública daquele município, ela fazia parte da parcela significativa de estudantes interioranos com baixa ou mesmo nula capacidade de deslocamento para Boa Vista, onde se encontram outras instituições de ensino superior.