Um grupo formado por 15 líderes indígenas das etnias macuxi e wapichana se reuniu dia 1 de agosto pela manhã com o reitor da UERR, Hamilton Gondin, a vice-reitora, Ilma Xaud e a pró-reitora de Ensino, Nildete Melo. À pauta os representantes indígenas trouxeram o pedido de suas comunidades por continuidade e incremento na política de interiorização do ensino superior praticada pela UERR.
O presidente da Sodiur, Lupedro Abel Mesquita, ressaltou os problemas dos jovens indígenas que vão às cidades em busca de ensino superior. A violência física, psicológica e sobretudo contra a língua e a cultura foram apontadas pelo líder. “Não vamos aceitar a paralização da política de interiorização da UERR. Nós temos o direito de estudar,” resumiu.
Lupedro: Nós temos o direito de estudar
O professor macuxi Alvino Andrade destacou o risco do choque cultural: “Estamos à deriva. Não sabemos mais nossa língua; temos uma língua em sua superficialidade e perdemos valores antigos. Não vejo saída que não seja a educação”, disse.
Jonas Marcolino, pedagogo, bacharel em Direito, e tuxaua da comunidade do Contão exaltou o “espírito comunitário” do reitor Hamilton Gondim, que à frente da UFRR e UERR abriu as portas do ensino superior aos indígenas. “Queremos mostrar que as sementes lançadas caíram em terreno fértil e que no futuro nossos descendentes possam viver uma realidade diferente da atual”, ressaltou.
Em resposta ao grupo, o reitor lembrou os abusos cometidos pelos não índios no processo de colonização. “Vocês precisam criar um novo modo de relacionamento com os não indígenas; deixar de ser coadjulvantes para serem atores do futuro – dos próximos 500 anos”, disse. O reitor se comprometeu em prosseguir atuando em favor da liberdade dos povos indígenas de Roraima. “A forma de se libertar é proporcionar a oportunidade de educação. Temos que mudar a história do Brasil e escrevê-la de uma nova forma daqui pra frente”, frisou.
Representantes das etnias macuxi e wapichana