22/12/11
A equipe da Universidade Estadual de Roraima (UERR) composta por professores e 20 acadêmicos, das áreas de Enfermagem, Ciências Biológicas e Agronomia, concluíram a quarta expedição ao Baixo Rio Branco. Foram 14 dias, de 04 a 18 de dezembro, de muita emoção e experiência de vida.
22/12/11
A equipe da Universidade Estadual de Roraima (UERR) composta por professores e 20 acadêmicos, das áreas de Enfermagem, Ciências Biológicas e Agronomia, concluíram a quarta expedição ao Baixo Rio Branco. Foram 14 dias, de 04 a 18 de dezembro, de muita emoção e experiência de vida.
A missão atendeu as localidades de Santa Maria do Boiaçu e Caicubi. A equipe da UERR desenvolveu diversas atividades interdisciplinares. O responsável pela expedição foi o professor doutor, Luis Fernando Guterrez, auxiliados pelos professores mestres, Robson Oliveira e Ricardo Ramos.
A saúde das famílias do Baixo Rio Branco foi o principal foco da expedição. Os acadêmicos fizeram o mapeamento do perfil nutricional das crianças ribeirinhas de 06 a 10 anos, além da Ficha A, que é um levantamento e cadastramento do histórico de saúde das famílias.
Foram três dias de trabalho na região de Caicubi. Os doutores Mariângela Nasario (Clínica Geral) e Celso (pediatra) integraram a equipe da UERR. Os moradores foram assistidos pelos médicos.
Os acadêmicos de Enfermagem da UERR desenvolveram várias atividades em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), ETSUS (zootecnista) e Departamento de Apoio ao Estudante (DAE).
“Os alunos deram continuidade ao monitoramento dos pacientes que foram diagnosticados como hipertensos e diabéticos na última viagem ao Baixo Rio Branco”, destacou o professor Ricardo Ramos.
Os alunos ainda ministraram palestras sobre planejamento familiar, prevenção de DST e Aids e drogas e coletaram as fezes para diagnosticar as causas de diarréias na população ribeirinha.
“Nenhum acadêmico da UERR deve se formar sem conhecer a realidade do Baixo Rio Branco. É o confronto da prática com a teoria. O dia-a-dia dessas pessoas é diferente e vai de encontro do que a gente imagina. Temos que nos envolver. Não podemos olhá-los com os nossos olhos, precisamos viver e entender aquela dinâmica”, enfatizou Guterrez.
O professor Robson Oliveira destacou o grande papel social que a Universidade Estadual vem desempenhando no Baixo Rio Branco. “Foi montado um planejamento pela Pró-Reitoria de Pesquisa em cima do diagnóstico das missões anteriores. O impacto social nessas regiões é altamente positivo. Por isso, a UERR vai permanecer com o trabalho nas localidades do Baixo Rio Branco”, frisou Oliveira.
MOMENTO ÚNICO
Acadêmica ajuda em parto
Durante os dias de estadia em Santa Maria de Boiaçu, a acadêmica do 9° semestre do curso de Enfermagem, Márcia Souza, passou por um momento inesquecível: o parto. Ela ajudou a dar a luz a uma criança.
“Foi um momento único. Uma experiência nova por ter um contato direto com o trabalho da enfermagem. Quero também agradecer a oportunidade de integrar a equipe da UERR ao Baixo Rio Branco, além de auxiliar dos acadêmicos do segundo semestre que também participaram da expedição. Retornarei a região para desenvolver outros projetos que já tenho em mente”, disse Márcia.
Outro caso que chocou a equipe foi de uma jovem, de 17 anos, com piolho. Devido à gravidade do problema, a cabeça da adolescente teve que ser raspada.
O problema da dona Tereza, que mora na comunidade da Cota, também deixou a equipe da UERR preocupada. A senhora pesa aproximadamente 220 quilos e faz suas atividades diárias se arrastando pela casa. Para se ter uma ideia, o fogão da casa de dona Tereza é rebaixado porque ela não consegue ficar de pé.
Segundo o professor Luis Fernando, a UERR não medirá esforço para retirar a dona Tereza do Baixo Rio Branco e trazê-la para Boa Vista para iniciar o tratamento.
MÉDICA ELOGIA TRABALHO DA UERR
A doutora Mariângela Nasario destacou o papel social da UERR na quarta expedição ao Baixo Rio Branco e disse ainda que a instituição vai contribuir com o desenvolvimento da população nas regiões atendidas.
“Foi fantástico participar dessa grande oportunidade. Toda a equipe interagiu no mesmo contexto. Todos se envolveram. Esse trabalho é para quem gosta. O médico tem que ter um perfil. Vale destacar também a gratidão da população. Temos que pelo menos amenizar o sofrimento desse povo. Quando surgir outra chance, farei o possível para participar novamente. Temos que pensar em um resultado em longo prazo”, destacou Mariângela.
EXPEDIÇÕES ANTERIORES
A primeira missão ao Baixo Rio Branco, no período de 30 de agosto a 02 de setembro, liderada pelo reitor Hamilton Gondim, teve o intuito de conhecer as demandas das populações ribeirinhas e começar atividades de pesquisa. Representantes do Instituto de Terras e Colonização de Roraima (Iteraima) também participaram da viagem.
O centro da expedição aconteceu em uma reunião na vila Xixuaú, localizada no Rio Jauaperi, fronteira com o Amazonas. Hamilton Gondim destacou o interesse da Universidade Estadual na elaboração de uma proposta ao Fundo Amazônia, administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), composta por dois eixos: infraestrutura para pesquisa no baixo Rio Branco e elaboração e proposição de uma legislação estadual de serviços ambientais.
A segunda expedição aconteceu no período de 03 a 10 de setembro, com um grupo de sete professores das áreas de Química, Turismo e Ciências Biológicas e 12 acadêmicos.
Entre diversos projetos de pesquisa aprovados e financiados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), a UERR desenvolveu o projeto com o tema: Diagnóstico Situacional e Estratégias de Desenvolvimento Rural e Sustentável de Pescadores do Baixo Rio Branco.<
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OPERAÇÃO BOIÚNA
De 5 a 16 de outubro, foi realizada a terceira missão – expedição UERR Rondon – Operação Boiúna no Baixo Rio Branco. A ação atendeu as comunidades ribeirinhas, a partir de um diagnóstico realizado com lideranças das comunidades de Santa Maria do Boiaçu, Sacaí, Cahoeirinha e Caicubi.
A pró-reitora de Extensão, Maria das Neves, que coordenou da expedição, explicou que a Operação contemplou as áreas da extensão universitária: comunicação, meio ambiente, tecnologia e trabalho, produção, cultura, direitos humanos e justiça, educação e saúde, capacitando os acadêmicos para atuarem em situação real, desenvolvendo na prática os conteúdos aprendidos na academia.