Professores e alunos do curso de geografia da Universidade Estadual de Roraima (UERR) vão ajudar a controlar a dengue no bairro Senador Hélio Campos. A iniciativa é financiada pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e vai utilizar o Sistema de Informações Geográficas (SIG) para monitorar a doença. O trabalho será coordenado pela professora mestre Gladis de Fatima Nunes da Silva. Participam do projeto sete pesquisadores e 14 alunos da UERR. A partir da conclusão do diagnóstico sócio-ambiental do bairro e da importação dos dados coletados para um banco de informações, a meta é propor à prefeitura de Boa Vista e ao Governo medidas que reduzam o impacto da ocorrência da dengue. Segundo a professora Gladis Nunes, serão produzidos mapas temáticos mostrando a evolução das ocorrências de criadouros e casos de dengue no bairro, banco de dados geográficos das ocorrências de vetor e casos de dengue, relatório do diagnóstico sócio-ambiental da área estudada e uma metodologia de monitoramento e controle da dengue através do uso de SIG. “Queremos que o trabalho subsidie o desenvolvimento de ações de combate e controle da doença em toda a cidade”, diz Gladis Nunes, que será acompanhada nesta pesquisa pelos docentes Haroldo Scacabarossi, Josinaldo Bezerra, Marcelo Santos da Silva, Marlon Duarte de Melo, Osvair Brandão Mussato e Rildo Dias da Silva. A identificação e o mapeamento de áreas de risco serão realizados em parceria com as secretarias municipal e estadual de Saúde. Os 14 alunos selecionados estudam geografia em Boa Vista e Caracaraí. Em julho, serão treinados para aprender a lidar com geoprocessamento e aplicação de questionários. Está prevista a realização de 500 entrevistas para ajudar a identificar a relação entre a incidência da dengue e o espaço físico do bairro Senador Hélio Campos. Uma das universitárias participantes é Mauricélia Viana de Oliveira, 20 anos, aluna do quarto semestre em Caracaraí. Ela conta que se candidatou a fazer parte da pesquisa após os professores explicarem em sala de aula o objetivo do trabalho. “Achei interessante e bastante importante para iniciar minhas atividades como pesquisadora. Também é bom para aprender algo novo”, afirma. O reitor Nonato Vilarins considera o trabalho uma mostra do esforço da UERR para contribuir para o aumento da qualidade de vida em Roraima. Ele ressalta que a Universidade não é só ensino e extensão, mas também pesquisas focadas na realidade local. “Essa é a nossa responsabilidade e por isso estamos fazendo investimentos em infra-estrutura para consolidar as nossas investigações”, diz Vilarins. A doença – A dengue é um sério problema de saúde pública no mundo, com aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas expostas ao risco de infecção em cerca de 100 países de clima tropical e sub-tropical. A única medida de controle da doença é a eliminação do seu principal vetor urbano, o mosquito Aedes aegypti. O SIG – É um sistema de hardware, software, informação espacial e procedimentos computacionais que servem para analisar, gerir o ou representar o espaço e os fenômenos que nele ocorrem. A ferramenta permite o planejamento de ações, além contribuir para a tomada de decisões através da confecção de mapas que permitam observar a distribuição espacial de situações de risco.