A primeira turma de mestres, formada pela Universidade Estadual de Roraima, começou a defender suas dissertações em Ensino de Ciências. O mestrado tem como objetivo a formação qualificada de professores, a elevação da qualidade profissional, incentivo a atividade de pesquisa e mudanças significativas para a melhoria da prática pedagógica.
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As defesas das primeiras dissertações concluídas acontecem durante os meses de abril e maio. Nesta etapa serão 16 novos mestres em Ensino de Ciências, num total de 59 alunos, elaborando trabalhos em duas linhas de pesquisa: Espaços não formais e a divulgação científica; e métodos pedagógicos e tecnologias digitais no ensino de ciências. São 14 professores em seu colegiado.
Segundo a coordenadora do mestrado, Régia Chacon Pessoa de Lima, o programa busca que o aluno crie um produto prático que será utilizado em sala de aula nas escolas da rede pública de ensino do Estado. “O programa se sente orgulhoso em compartilhar o reconhecimento e a experiência do nosso corpo docente com os alunos do mestrado, em sua maioria formada por professores da rede básica de ensino. Estamos devolvendo para a sociedade professores mais reflexivos e conscientes do seu papel como educador”, disse Régia.
A primeira a defender a dissertação foi a aluna Railda Sales da Silva Alves, funcionária pública federal e professora da rede estadual de ensino. Seu trabalho destacou a pedagogia de projetos e o uso das tecnologias da informação e comunicação como potencializadores da aprendizagem. A pesquisa dela foi realizada na escola Ana Libória, durante quatro meses, com a turma do 1º ano do ensino médio.
A pesquisa realizada na escola gerou um blog que mostra todas as fases do trabalho, recursos utilizados e as interações. Railda Sales defende a implantação de uma metodologia diferenciada de ensino através da pedagogia de projetos.
“O mestrado foi fantástico. A gente entra com uma mentalidade e sai com outra. Ajudou-nos a refletir sobre os trabalhos e práticas desenvolvidas nas escolas. Foram dois anos de sacrifícios, sem finais de semana, mas foi recompensador”, disse Railda Sales, que trabalha no Centro de Apoio Pedagógico para deficientes Visuais (CAP), no bairro São Pedro.
Rizia Maria Gomes Furtado é professora das redes municipal e estadual, dando aulas para alunos de 1º ao 5º ano do ensino fundamental. Foi a segunda a defender sua dissertação. Ela constatou que a maioria dos professores sabe utilizar ferramentas tecnológicas, mas não consegue aplicá-las de forma didática em sala de aula.
“Nossa proposta é orientar professores a trabalhar de forma didática com as tecnologias, como computadores, mídias digitais e TV, para alavancar o ensino de ciências. Para isso eu elaborei uma cartilha de orientação para ser distribuída nas escolas, pois muitos professores centralizam apenas no livro didático e não usam recursos tecnológicos”, disse Rizia, afirmando ainda queÂÂ “aprendi muito com o mestrado. E quero elogiar o esforço e a dedicação dos professores para passar o conhecimento. Foi um grande aprendizado e estou saindo com uma formação mais ampliada, solidificada, com grande crescimento pessoal e profissional”.