02.04.13
Representantes da Universidade Estadual de Roraima participaram neste domingo de Páscoa de uma reunião com moradores e lideranças de diversas comunidades da Terra Indígena Raposa – Serra do Sol, município de Normandia. O reitor Hamilton Gondim e a vice-reitora Ilma Xaud, acompanhados de pró-reitores e técnicos, discutiram a possibilidade de implantar uma sala descentralizada da UERR naquela região.
O encontro aconteceu na escola estadual Índio Macuxi, da comunidade Napoleão, a 220 km de Boa Vista. Cerca de 200 pessoas participaram. O tuxaua Heliton Epitácio descreveu o encontro como um “momento importante para discutir a implantação de um curso superior. Nossos alunos precisam e muitos pais não têm condições de mandar seus filhos para a capital.”
Segundo Maximu Teodosio, gestor da escola Índio Macuxi, há na comunidade Napoleão e em outras nas redondezas muitas jovens que querem ingressar na universidade e professores que necessitam de formação adequada para poder lecionar. “Todos carregam o sonho de continuar estudando”, disse.
Conforme lembrou o reitor Hamilton Gondim, o Governo Estadual, por intermédio da UERR, oferece cursos de graduação atualmente em quatro comunidades indígenas: Truaru e Vista Alegre (município de Boa Vista) e Contão e Surumu (Pacaraima). A proposta é permitir o acesso ao ensino superior sem que os moradores do Interior precisem afastar-se de suas famílias e alterar suas rotinas de trabalho.
O reitor explicou que há muitos desafios a serem superados até implantar de fato uma unidade da UERR na comunidade: logística de transporte, condições estruturais da sala de aula que será ocupada pelos futuros universitários, casa de apoio e alimentação para docentes e motoristas. “É um processo que envolve parcerias tanto com a comunidade como com as prefeituras. Somente após definirmos como garantir tudo isto é que se pode dar uma resposta aos anseios da comunidade”, explicou Gondim.
Depois de quase três horas de reunião, com muitas explicações por parte da equipe da UERR e questionamentos sobre os cursos que poderiam ser implantados, o público presente na quadra coberta da escola escolheu a licenciatura em Ciências da Natureza e Matemática.
O curso atende a uma carência de professores nesta área e não requer investimentos em laboratório, o que facilita a sua realização em locais afastados. Atualmente é ofertado na comunidade do Contão, atendendo a mais de 30 acadêmicos. A Pró-reitoria de Ensino fará uma análise aprofundada das condições existentes para concretizar o anseio da comunidade. Somente após isto será dada uma resposta definitiva sobre o pedido.
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