Considerando a realidade atual vimos que as dificuldades que o ensino brasileiro atravessa nos diferentes níveis de ensino, refletem-se sobretudo nas áreas consideradas de fundamental importância para o crescimento científico e tecnológico do país. Este problema agrava-se no momento em que acarreta ainda o completo desconhecimento dos fatos relativos ao meio e ao ambiente.
Considera-se também, a realidade do crescimento dos cursos de Pós-graduação nas área de ensino das Ciências e Matemática, nos quais, há uma carência de encontros para que os pesquisadores possam disseminar suas produções.
A deficiente formação de grande parte dos professores principalmente que atuam na Educação Básica retratam a realidade da formação inicial e/ou continuada das instituições de ensino superior. Temos um ensino mais centrado nas simples exposição de assuntos estéreis, dissociado da realidade biopsico-social dos alunos, e pouca ou nenhuma utilização de recursos tecnológicos.
Para que ocorra uma melhoria significativa no processo, deverão ser viabilizados momentos formais e informais que possibilitem uma real integração da Educação com as Ciências e os avanços das Tecnologias Educacionais, surgindo então como efeito imediato, a melhoria no contexto qualitativo e quantitativo do Ensino.
A necessidade do Estado em definir e articular suas políticas (industrial, econômica, de ciência e tecnologia, educacional e de emprego), faz com que surjam pesquisas que envolvam novos temas, articulando a Educação das Ciências e Matemática com os avanços dos estudos em Desenvolvimento Sustentável, envolvendo os ecossistemas naturais e antropizados. Este é um dos pontos fortes na execução do VIII CNNECIM.
Existe hoje um paradigma voltado ao CAMPO AMBIENTAL, que prevê a inserção de novos conceitos e modelos aliados à questão da biodiversidade loco-regional e mundial ligados à qualidade de vida dos seres vivos. Precisamos discutir e participar na construção de novas alternativas para o processo ensino e aprendizagem.
A mudança do paradigma de educação para a ciência e para a tecnologia no país, exige tomadas de posições bastante consistentes e que seja o resultado de ações sistêmicas em todos os aspectos do processo ensino e aprendizagem, requerendo: formação/capacitação de professores; elaboração de currículos, metodologias, novas tecnologias educacionais e multimeios; aproximação integrada e interdisciplinar da ciência da tecnologia e do complexo técnico-científico dos segmentos produtivos.
Para que isto se torne possível, é preciso que haja um despertar interior, que o professor sinta a necessidade de mudar, de partir para novas atitudes, novos comportamentos pedagógicos. Isto ocorrendo, certamente será o início da construção de uma nova política para a Educação Científica nas regiões, com reflexos benéficos na sociedade.
Entre os resultados alcançados em pesquisas voltadas para o Ensino das Ciência nos últimos anos e que servem como justificativa para a proposição destes eventos, destaca-se:
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O reconhecimento pela sociedade sobre o ensino das Ciências e Matemática, e compreensão dos fenômenos científicos, dentro de situações formais e informais;
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o significado das atividades informais e sua eficácia dentro do processo de Educação Científica e nas influências nos atuais currículos formais nos diferentes níveis de ensino, tem se mostrado útil e fundamental na (RE)construção de processos educacionais efetivos e responsáveis;
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a importância da participação de professores e alunos em eventos técnicos, científicos e educacionais possibilitam o intercâmbio e a disseminação da produção científica e avaliação das mudanças comportamentais observadas;
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o resgate do valor da produção científica, propiciando condições de publicações e disseminação, bem como envolvendo os jovens pesquisadores em atividades de ensino, principalmente àquelas voltadas para questões ligadas ao ambiente e consideradas importantes na sociedade atual;
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as estratégias utilizadas pelas instituições formadoras de professores para os três níveis de ensino em relação à Educação Científica e sua iniciação, bem como as conseqüências na formação do pesquisador e/ou de grupos emergentes;
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as contribuições dos eventos técnico-científicos e educacionais, como: Feiras, Mostras, Encontros, Seminários, Atividades em campo, entre outras alternativas, nos diferentes níveis de ensino e da comunidade, identificando seu valor na compreensão dos processos científicos.
Diante do exposto, a realização do VIII Congresso Norte-Nordeste de Educação em Ciências e Matemática se justifica pela importância impar para o Brasil e, principalmente, para as regiões Norte e Nordeste.